quarta-feira, 2 de março de 2011

Superando obstáculos à agricultura orgânica

    Para produzir leite orgânico, é preciso grãos orgânicos. E à medida que mais pessoas optam pelo leite orgânico, cresce o mercado para o cultivo de grãos para consumo animal. No entanto, adotar métodos orgânicos não é um processo simples nem barato para o fazendeiro.
   É por isso que uma equipe de pesquisadores da Universidade Penn State e da Universidade de New Hampshire conduziram um estudo de quatro anos sobre as práticas econômicas e agrícolas envolvidas nesta transição. Ao estudar cultivos reduzidos e cultivos de cobertura, os pesquisadores esclareceram algumas as dificulidades que um fazendeiro orgânico enfrenta para produzir grãos usados para alimentar animais – e foram além, sugerindo algumas soluções possíveis para seus dilemas.
   Um problema é que no sistema de cultivo reduzido, em que o fazendeiro não ara tanto o solo, as ervas daninhas começam a tomar conta da lavoura. E algumas delas são difíceis de controlar em plantios perenes, como o cardo e a corriola.
   Arar o solo intensivamente de vez em quando poderia reduzir a população de ervas daninhas, sugeriram os pesquisadores.
   Outro problema é o custo dos adubos. Os fertilizantes pesados precisavam ser transportados a um alto custo, sem contar os combustíveis fósseis queimados no processo.
   Segundo os pesquisadores, para evitar estes custos, os fazendeiros deveriam tentar integrar as lavouras à produção de laticínios. Um fazendeiro que planta grãos para consumo animal deveria ter sua própria operação leiteira ou se unir a uma fazenda leiteira nos arredores. Desta forma, o fertilizante para as lavouras e o alimento para os animais estariam próximos, e distâncias menores implicam custos de transporte menores.
   No final do experimento, os pesquisadores não viram grandes diferenças entre os lucros obtidos pelo cultivo reduzido e pelo cultivo intensivo. Mas parece haver uma tendência de retornos mais altos neste último.
   O experimento foi realizado entre 2003 e 2007, na região central da Pensilvânia. Dois campos foram utilizados, um com cultivo intensivo e outro com cultivo reduzido. Mudanças no rendimento das lavouras, nas populações de ervas daninhas e nos retornos econômicos foram mensurados durante uma rotatividade de três anos. A cada ano, as lavouras foram alternadas com milho, soja e cultivos de cobertura.

A pesquisa foi publicada no Agronomy Journal.

IMAGEM: Vacas leiteiras em uma fazenda orgânica, comendo forragem de feno. (Wikimedia Commons)

Postado por: Caio Mendel

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